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Um dia como observadora de pesca

13/4/2020

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O despertador toca às 3 horas da manhã. A sensação é de querer ficar no quentinho da cama, mas temos que nos erguer há uma aventura pela frente. A mochila foi previamente preparada no dia anterior para que nada ficasse esquecido: os binóculos, os formulários, a máquina fotográfica, o lanche, o impermeável, as galochas e por aí fora. O dia (que ainda é noite) começa com uma caminhada até ao porto de pesca. Por mim passam apenas os padeiros que madrugam e ouvem-se algumas gaivotas, tudo o resto é silêncio.  A chegada à embarcação é sempre calorosa apesar das caras sonolentas. Há que ter ânimo e fé no dia de mar. Escolho um cantinho onde não interfira na dinâmica de pesca, mas por onde consiga observar todas as atividades. A pesca começa antes do sol nascer, mas aguardamos esse momento com ansia para que o sol nos aqueça e leve a vontade de dormir.  O humor da tripulação vai depender do que as redes ou os anzóis trazem consigo. É sempre uma festa quando há peixe à vista.
A vida a bordo é desafiante, pelos horários, pelo mar que nunca está quieto, pelo esforço físico e principalmente pela insegurança do dia-a-dia. Contudo, os dias de mar acarretam camaradagem e cenários naturais indescritíveis. O nascer-do-sol, um mar chão com peixes-lua aos saltos, um grupo de golfinhos à proa, o mergulho dos alcatrazes e por aí fora. No mar todos os dias são diferentes.
Sou tratada como parte da equipa e falamos de tudo um pouco: do preço do peixe, da falta dele, das espécies de aves marinhas, da família, da refeição que mais gostamos, de tudo.
A minha principal função é monitorizar as capturas acidentais de aves marinhas e testar medidas que as reduzam. Os pescadores têm cooperado imenso e fico grata por podermos trabalhar em conjunto e sentir que estamos a evoluir. O número de horas que passamos no mar é imprevisível, podem ser 8, 10 ou até 16, depende da quantidade de arte, do estado do mar, da quantidade de peixe capturado. Nunca sabemos a que horas chegamos a casa.
Depois de todas as redes aladas, ou dos anzóis iscados é hora de regressar. Já não estamos sonolentos, eu já preenchi todos os formulários sobre interação das aves com as artes, os eventos de pesca, o peixe que foi capturado, a medida que foi usada na tentativa de afugentar as aves. Os pescadores já cumpriram a sua missa enchendo as caixas cor-de-laranja de peixe para vender na lota. Estão ansiosos por regressar para junto da família e descansar para o dia seguinte que os trará novamente ao imprevisível e desafiante mar. Eu também regresso, não com tanta frequência, mas sempre que o mar fica mais manso.
Já lá vai um mês desde o último embarque que fiz. Confesso que já tenho saudades de navegar, de esperar pelas espécies que surgem para nos visitar, do convívio. Que esta fase passe para que todos possamos voltar ao ativo. Quem puder que fique em casa!
Texto e foto de Elisabete Silva
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Arranque dos embarques para o projeto Anzol+

2/4/2020

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No seguimento dos esforços que a SPEA tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos para trabalhar em prol da conservação das aves marinhas e dos nossos mares, nomeadamente com os pescadores que operam na zona de Peniche e do Arquipélago das Berlengas, promovendo a gestão equilibrada destas pescarias, foi lançado o projeto Anzol+.
Este projeto visa:
•    A certificação dos produtos de pesca capturados dentro da área da Reserva da Biosfera das Berlengas (UNESCO); (aplicável à pequena pesca e tendo em conta os critérios de sustentabilidade ambiental, económica e social);
•    Contribuir para a recolha de informação e monitorização dos recursos pesqueiros e desta pescaria;
•    Criar um “guia” sustentável para a respetiva pesca de forma a continuar a ser aplicado mesmo após o término do projeto
•    Sensibilizar a comunidade piscatória para a importância das parcerias entre pescadores e investigadores e fomentar a criação de uma rede de processos de certificação/valorização
•    Promover a capacitação e formação dos pescadores, sendo fundamental para atingir a sustentabilidade deste setor.

A promoção de uma pesca ambientalmente sustentável, eficiente em termos de recursos, inovadora, competitiva e baseada no conhecimento, pretendendo estimular a inovação, aumentar a consciência ambiental e potenciar mais e melhor o investimento no setor das pescas é um dos objetivos desejados do Anzol+
Já iniciamos os embarques nas lanchas para fazer a caracterização da pesca, esta é a primeira etapa no processo de certificação.
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